domingo, 19 de junho de 2011

O Cobué!

Logo a seguir a Metangula, foi o Cobué a segunda povoação do Niassa que me foi dado visitar em 1964. O Colégio de S.Miguel e a igreja que lá fui encontrar deixaram-me de olhos arregalados. Nunca imaginaria que pudesse haver tal coisa num sítio isolado do mundo, onde nem uma estrada havia que pudesse levar alguém até lá.


Não sei em que ano foi construído nem quem foram os missionários que tal feito conseguiram, mas é obra digna de se lhe tirar o chapéu. Quando lá pus os pés pela primeira vez, não havia padre para dar uso à igreja, nem tão pouco professores ou alunos que dessem vida àquele colégio. Com o início das actividades da Frelimo, todos desapareceram sem deixar rasto.


Infelizmente não andava de máquina fotográfica a tiracolo, quando lá fui pela primeira vez, de modo que esta foto que aqui podeis ver foi tirada em tempos recentes por algum turista ocasional que a publicou na internet e me deu a possibilidade de a mostrar aqui neste blog.
Também não estava queimada, nem era uma ruína total como está agora. Não sei quem o fez, nem quando ou em que circunstâncias ela foi queimada, provavelmente aconteceu durante os anos de guerra que ali se viveram. Como sempre as guerras tudo destroem e alguém terá que arregaçar as mangas e voltar a pôr aquilo de pé. Tenho a certeza que o povo que lá mora ficaria grato por isso!

6 comentários:

  1. Na primeira foto vê-se bem a entrada da cozinha... O que me faz lembrar os quilos de batatas que lá descasquei... O telhado (segundo afirmações de turistas) caiu durante um incêndio e já depois de o último Fuzileiro têr saído de lá.
    Valdemar Alves

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  2. Está perfeito, amigo Carlos. Tudo como era naquela época. Excepto a degradação do edifício do Colégio de S. Miguel, no Cobué, que também tive oportuninidade de conhecer.
    O Valdemar, lembra-se de ter descascado muitas batatas. Eu lembro-me que amassei muitos quilos de farinha para fazer pão para toda aquela rapaziada. Porque eu fui padeiro. Todo o tempo que estive em Metangula, a minha função era não deixar acabar o pão. Portanto, não fazia outra coisa.
    O Farol de Metangula, foi muito bem pensado. Os meus parabéns.

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  3. Olha, se o nosso Amigo,"Edumanes" tivesse estado no Cobué no meu tempo, tínhamos acabado a guerra, do lado dele choviam pães, do meu lado, bifes de vaca, não havia Negra ou Negro, que resistisse, parabéns, bem pensado este farol de Metangula!

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  4. Pertenci ao DFE11 ano 72-74 estive no Cobué.Em frente á igreja havia um campo de futebol quando lá chegamos tratams deos de fazer em volta uma tabela com tijolos de barro que fomos buscar a uma missão que estava abandonada mais para o norte perto do rio cobue.

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  5. Olá Sesimbra!
    Para mim o Cobué foi um simples ponto de passagem. Andei por lá no tempo em que não havia guerra (1964) tive o meu baptismo de fogo naquela zona (Lipoche) no dia 9 de Janeiro de 1965 e voltei lá em 1966 e 1967 várias vezes. Nunca tive tempo para dar pela existência desse campo de futebol.

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  6. O campo que é referido em frente à igreja não existia em 1966/67. Havia, sim, uma espécie de campo, já anteriormente por mim citado nestas "cobuices", por detrás do Colégio de S. Miguel.

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