segunda-feira, 24 de março de 2014

Uma visita a Metangula!

Já que fisicamente não é possível, aproveitemos a oportunidade para uma visita virtual. Há dias um dos meus contactos enviou-me as 3 fotografias que vêem abaixo e que foram tiradas há relativamente pouco tempo. São elas o passaporte para essa nossa viagem. 

Nesta primeira imagem uma panorâmica da parte nascente de
Metangula com a península onde se situava a Base da Marinha
em pano de fundo.

Vista geral da península vista de cima
do monte Tchifuli

Pormenor da nova aldeia (suponho que se chama Machenga)
que não existia nos velhos tempos. Em todo este espaço, da
montanha até à água do lago só havia machambas.

Como se pode ver nas fotografias, estas imagens nada tem a ver com a Metangula que nós conhecemos. Havia uma dúzia de palhotas na praia de Seli, outra dúzia na baía de Tungo, junto às oficinas das lanchas, e mais duas ou três atrás do Posto Administrativo. O fogueiro da Base construiu uma casa na encosta, à direita da estrada que seguia para a Messumba (dizia ele que com 5 mulheres precisava de uma casa a condizer) e logo apareceram mais duas ou três palhotas ao redor dessa casa. E não havia mais nada além disto.
Ao ver a quantidade de habitações que agora existem tenho que concluir que todas as populações arrastadas pelos militares para Metangula durante a guerra, nunca mais de lá saíram. Acontece um pouco como aqui em Portugal, onde as pessoas abandonam o interior e vão todas viver para o litoral. É tudo uma questão de sobrevivência.

domingo, 16 de março de 2014

Afinal o caminho para Nkolongué é conhecido!

Em Fevereiro de 2012 publiquei uma mensagem com o título «Alguém conhece o caminho para Nkolongué» e ontem (mais de 2 anos depois) recebi por e.mail o seguinte comentário:

Prezado Senhor Carlos Manuel Silva,
sim, o caminho para Nkolongué conheço bem mesmo. Ali, hoje existe uma estancia turistica (http://www.mbunabay.ch/port/index.php). A picada anda de Chipili até Lussefa. Hoje mesmo tem chapas (são pequenos autocarros; não sei, se se usa esta palavra em Portugal também?) de Metangula até Meluluca. Em Meluluca o governo colonial abriu um outro aldeamento em 1969 (na sequencia alguns pessoas de Metangula foram transferidos para Meluluca), talvez uma picada foi construido neste tempo. Mas acho, que o abastecimento principal de aldeamento de Meluluca foi feito pelos barcos. A "estrada" foi melhorada recentemente na ultima decada várias vezes, começando com a construção duma ponta sobre o rio Luchemanje pela uma empresa sul-africana, que tinha a intenção de realizar um projeto turistico ao sul do rio. 

Melhores cumprimentos, 
Andi


Além do comentário recebi ainda um mapa actual da região que também quero deixar aqui para satisfazer a curiosidade daqueles que, durante a Guerra Colonial, suaram as estopinhas calcorreando as picadas daquela zona.
Não sei quem é o Andi, mas é bom saber que há por esse mundo fora alguém que vai lendo aquilo que escrevo.

segunda-feira, 3 de março de 2014

Pôr do Sol em Metangula!


Coloquei esta foto no Facebook para responder a um «amigo» que não sabia que a estrada de Vila Cabral até Metangula já estava toda alcatroada. O troço de Maniamba a Metangula, pelo Caracol, foi o último a ser terminado, mas já tem uma boa meia dúzia de anos.
Neste momento está muito melhor este troço do que o que liga Lichinga (Vila Cabral) a Cuamba (Nova Freixo).
É pena não haver mais fotos do Niassa, mas a rapaziada nova não tem computadores e com os telemóveis com que acedem à net não conseguem fazer nada de jeito. O remédio é ir esperando que as coisas mudem, o que vai levar anos!