sexta-feira, 20 de março de 2015

Quo Vadis Moçambique!

A Renamo pretende a criação imediata de autarquias de nível provincial nas províncias de Niassa, Nampula, Zambézia, Tete, Manica e Sofala, usando como base, os resultados das eleições de 2014, que deram maioria ao partido ou seu candidato, nas seis regiões do país.
De acordo com o Projecto de Lei Sobre o “Quadro Institucional das Autarquias Provinciais”, submetido nesta segunda-feira na Assembleia da República, no seu artigo 65, que versa sobre a criação da nova estrutura administrativa, nas seis províncias deverão ser criados “Conselhos Provinciais”, compostos pelos membros das assembleias provinciais eleitos nas eleições de 15 de Outubro de 2014, validados e proclamados pelo Conselho Constitucional.
Publicado em «O País»


Eu entendo a questão levantada pelo Dhlkama, mas duvido que dê bons resultados. Atendendo ao ditado que diz que «A união faz a força», devo lembrar que o oposto também é verdade, ou seja, «um povo desunido é um povo enfraquecido». Moçambique não é um país rico que possa dar-se ao luxo de se partir em dois e duplicar as dificuldades que já são enormes.

terça-feira, 10 de março de 2015

Vila Cabral - Lichinga!

Nos velhos tempos da era colonial, o governo português não fez grande coisa pelo desenvolvimento do Niassa. Se não fosse a eclosão da guerra de libertação, a capital da província seria um atraso de vida. A guerra, a movimentação de tropas e o enorme aumento da população branca nas cidades do norte de Moçambique provocou um boom de desenvolvimento como nunca antes tinha acontecido. A logística a que a guerra obrigava fez correr muito dinheiro e aumentar os negócios, especialmente no comércio de bens de consumo. Vila Cabral tinha um aeroporto, mas eram raros os aviões que o usavam. Nos últimos anos da guerra aumentou o tráfego de aviões e helicópteros militares, o que somado à chegada do comboio, inaugurado em meados de 1969, fez Vila Cabral dar um salto considerável


Hoje em dia, é ao governo de Moçambique que cabe a responsabilidade de fazer alguma coisa para modernizar a cidade, agora chamada Lichinga, e melhorar as condições de vida de quem lá vive. Mas, tal como aconteceu nos tempos de Salazar, também agora o Niassa está a ficar esquecido. As estradas e vias férreas estão ao abandono e embora os políticos, durante as campanhas eleitorais, prometam mundos e fundos, não acontece nada. E agora, com a baixa monumental do preço do petróleo e o abandono de alguns investimentos de vulto, as coisas podem piorar ainda, porque a disponibilidade financeira é altamente deficitária e sem dinheiro não se faz nada.


Só um milagre poderá ajudar as gentes do Niassa a melhorar de vida. E gente honesta e trabalhadora nos cargos que gerem os interesses públicos, senão será preciso mais que um milagre.
A fotografia a cores é mais nova que a outra uns bons 40 anos, mas além da cor pouco mais mudou naquele aeroporto que eu tão bem conheci, nos anos em que por lá andei, entre 1964 e 1968.