Ter ou não ter computador, ter ou não ter acesso à internet, são coisas que chegam com o desenvolvimento, com a educação e o bem-estar das pessoas. Coisas de ricos, poderíamos até dizer. Ora para as gentes de Metangula e arredores isso não passa de uma utopia que não faz ainda parte das suas vidas. A vida ali é simples, comer, dormir e sobreviver até ao dia seguinte, tal e qual como era nos velhos tempos, desde o início do mundo.
Começam, no entanto, a surgir, aqui e ali, alguns raros casos de gente que tem a seu cargo a educação dos seus semelhantes e que vai dando início ao uso desta máquina moderna que nos põe em contacto imediato com qualquer pessoa em qualquer canto do mundo, o computador.
Assim acontece com o pároco de Metangula, de quem me deram o endereço electrónico. Apressei-me a contactá-lo na esperança de fazer ali um amigo que me servisse de repórter e me contasse todas as novidades do Lago, mas não houve qualquer resposta, até agora. Esqueci-me das limitações a que pode estar sujeito. Tanto as de âmbito tecnológico como as de tempo e disposição para me aturar. Mas, pelo menos, eu tentei.
A Irmâ Olívia, uma freira que se ocupa com a educação de crianças num colégio de Lichinga, vai um passo à frente nestas coisas da cibernética e lá me vai aturando e respondendo ás minhas mensagens. Na semana passado, devido à visita do Bispo ás paróquias do Lago, teve oportunidade de ir desfrutar da beleza de Metangula e da frescura das águas do Niassa, um luxo para quem vive na poeirenta cidade de Lichinga.