segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Feliz Natal!


Para todos os leitores deste blog!
Para todos os Moçambicanos!
Para todos os Nyanjas!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Sol, o pai da natureza!


O Sol faz nascer, crescer e florescer tudo o que é vegetal sobre a Terra. E se juntarmos um pouquinho de água para a indispensável rega, temos tudo o que faz falta à raça humana para sobreviver neste bendito planeta. Foi assim no princípio do mundo e pouco diferente disso é, ainda hoje, no interior norte de Moçambique.
Os habitantes das margens do Lago Niassa têm a sorte de viver num belo recanto da Terra, onde sol, água e um clima ameno lhes adoçam um pouco a vida que vivem de um modo que pouco difere dos tempos antigos. Um pouco de agricultura e criação de gado, além da caça e pesca é tudo o que precisam para serem felizes.
E depois, para aqueles que têm olhos para isso, há também espectáculos naturais de encher o olho, como o pôr do sol que a imagem acima documenta. Coisas assim fazem os poetas soltar as suas rimas e oferecer-nos lindos poemas que embelezam ainda mais o quadro.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Atraso de vida!


Metangula é sem dúvida a zona mais desenvolvida do Lago Niassa. As outras povoações que merecem menção especial, mas estão muito longe da modernização conseguida por Metangula, são o Cobué, Meponda e Meleluca, esta última a mais pequena de todas. Até no acesso ao Facebook se nota onde há e onde falta a influência das Telecomunicações de Moçambique. Digo isto porque ainda não encontrei um único utilizador que diga morar no Cobué ou em Meponda.
No entanto algum desenvolvimento é visível nestas zonas, como se pode ver pela reabilitação em curso na igreja do Cobué que tinha sido incendiada durante a guerra que felizmente faz parte do passado. Mas sem vias de comunicação que possibilitem a movimentação das pessoas, sem meios de comunicação ou energia eléctrica é pouco provável que o desenvolvimento chegue lá tão depressa como seria desejável.
As populações que vivem nessas zonas mais remotas do Niassa contam apenas com Deus e a natureza para sobreviverem, tal como há centenas de anos atrás. E às vezes dou comigo a pensar que talvez sejam mais felizes assim, livres da globalização e dos problemas que ela arrasta consigo. 

domingo, 14 de dezembro de 2014

Raça negra!

Às vezes ponho-me a pensar quem foi que decidiu este nome para denominar a raça africana, aquela de que todos descendemos, segundo dizem os estudiosos.


Olhando para esta imagem eu não encontro nada negro. Há em Moçambique muita gente com esta cor e que a mim me parecem belíssimos exemplos da raça humana. Há muitos brancos que gastam dias na praia e toneladas de bronzeador para tentar ficar assim e sem o conseguir.
Estou certo ou estou errado?

sábado, 13 de dezembro de 2014

A reportagem possível!


O Tomás foi passar o Natal à sua terra natal e vai publicando no Facebook as fotografias que vai fazendo para nós vermos as mudanças ocorridas naquela terra que deixámos para trás há tantos anos.
A estrada segue em frente rumo à Messumba e Nova Coimbra e vira à direita em Maniamba e, como podeis ver na imagem, agora é alcatroada em vez da terra batida de outros tempos.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

O Tomás chegou a Metangula!


Será que vai ser ele o correspondente que eu tanto procurei para me ajudar a manter vivo este blog?
Eu espero bem que sim, embora me parece que ele está apenas de visita e em breve rumará a outras paragens.
Vamos esperar para ver!

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

De cara lavada!

Enquanto não arranjar uma fotografia melhor vou usar um recorte que fiz dum cartaz da campanha eleitoral para as últimas eleições para vos mostrar a cara da mulher que anda a modernizar a Vila de Metangula, Sara Mustafa de seu nome. Pode ser pouco o que ela já fez, mas os outros antes dela fizeram ainda menos, pelo que merece o meu apreço.
A mim pouco importa que ela seja a candidata da Frelimo ou de outro partido qualquer, importa sim é que ela lute pelo desenvolvimento e modernização daquela terra esquecida lá nos confins do interior de Moçambique. Com as vias de comunicação em péssimo estado, sem caminhos de ferro e sem ligações aéreas, Metangula tem poucas hipóteses de saltar para a ribalta e atrair turistas que a ajudem a desenvolver. Haja alguém que lute por mudar esse estado de coisas.
Ultimamente, alguns melhoramentos significativos, como a chegada de um barco que faz a cabotagem entre as povoações das margens do lago ou a pavimentação da rua principal da vila, além de diversos arranjos urbanísticos, começaram a criar uma imagem nova e muito mais atractiva daquela que é considerada a princesa do Lago das Estrelas.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Refrescando a memória!

Clicar na imagem para ampliar

Esta imagem foi gravada a partir do Google Earth e reporta ao ano de 2010. Para quem conheceu bem a Base da Marinha é fácil reconhecer os edifícios, um por um, que foram deixados pela Marinha Portuguesa.
No centro da imagem está o portão de entrada, o edifício do comando e a torre do farol. A partir desse ponto de referência é fácil reconhecer todo o resto.

A bela Metangula!

Levou tempo a conseguir motivar os rapazes Nyanjas para fotografar e publicitar as coisas bonitas da terra deles, mas finalmente começam a chegar os resultados. Computadores e máquinas fotográficas digitais não são ainda muito comuns naquele fim de mundo, mas em contrapartida os telemóveis são uma ferramenta do dia-a-dia para toda a juventude. Não sei aonde vão eles buscar o dinheiro para pagar os carregamentos, mas o facto é que todos eles aparecem no Facebook a toda a hora do dia e da noite. E eu colho os resultados dessa assiduidade. Ora vejam:



Estou farto de mirar estas fotografias e muito sinceramente não me lembro do portão de entrada assim como ele aparece aqui, mas deve ser a minha memória que está desfocada pelos 50 anos que se passaram entretanto.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

O mundo virado do avesso!


O Artur é ainda um rapazinho, mas sonha vir a torar-se um engenheiro químico. Nasceu na Meleluca, local que para mal dos meus pecados conheci nos tempos da guerra de libertação, pois andava embarcado nas lanchas de fiscalização da Marinha de Guerra Portuguesa muito tempo antes de o Artur ter nascido.
Quando era miúdo via o sol nascer sobre as montanhas e depois desaparecer, ao fim do dia, para os lados do Malawi. Os estudos levaram-no para Lichinga e mais tarde para Nacala, onde agora vê o sol aparecer-lhe das ondas do oceano Índico e esconder-se para lá das colinas por trás de Nacala.
Na Meleluca nadava num mar de água doce, nela se lavava e dela bebia sofregamente quando sentia sede. Agora tem que procurar um duche de água doce se quiser tirar o sal da sua pele depois de dar umas braçadas nas ondas azuis do Índico.
Uma mudança e tanto, mas a sua vida mudará mais ainda quando terminar o seu curso de química e se candidatar a trabalhar numa das muitas empresas que crescem como cogumelos na costa norte de Moçambique e se dedicam ao negócio do petróleo e gás, as riquezas recém-descobertas que vão fazer crescer a economia de Moçambique e torná-lo, finalmente, num país sem miséria. Com alguma sorte, porque sem ela nada feito, este rapazinho que, há cerca de 20 anos, viu a luz do sol pela primeira vez nas margens do lago mais lindo do mundo, poderá ter uma palavra a dizer no futuro económico de Moçambique. Se até lá os chineses e os outros tubarões da petroquímica não tiverem comido tudo.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Novidades do Lago!


Acabadinha de publicar no Facebook por um dos meus amigos que vive em Metangula.
Quem está à frente dos destinos desta terra é uma senhora, a D.Sara, e pelos vistos ela não brinca em serviço. Pavimentar a rua principal, desde o Posto Administrativo até ao cruzamento da estrada que segue para Lichinga, é obra. Felizmente não andam por lá muitos camiões pesados, senão partiam aquilo tudo em pouco tempo.
Lá ao fundo o Tchifuli, à direita o muro branco da Base da Marinha, tudo muito arrumadinho e bonitinho como eu gosto!

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Sonhar não é proibido!


Nos velhos tempos o comboio só chegava ao Catur. No ano de 1969, no meio de uma guerra que se travava entre a Frelimo e as tropas portuguesas, entrou em funcionamento o novo troço que ligava o Catur a Vila Cabral. Depois veio a independência e a guerra civil e aos poucos o comboio foi parando, até que a vila de Cuamba (antiga Nova Freixo) passou a ser a estação terminal. O governo recentemente eleito, com maioria absoluta da Frelimo, prometeu restaurar a linha e pô-la em funcionamento, de novo até Lichinga (antiga Vila Cabral), no mais curto prazo de tempo possível.
Com os recursos naturais, carvão, petróleo e gás, que têm sido descobertos acredito que não faltarão interessados em deitar mãos à obra de reconstrução da «Linha de Nacala», a troco de uma boa fatia daquilo que for retirado do subsolo e do fundo do mar. Vamos esperar para ver.


Bom era que o dinheiro chegasse para prolongar os carris até Metangula. Aí talvez eu decidisse fazer umas férias no lago e matar saudades daquela terra linda que não vejo há tantos anos. Ir não sei se posso, mas sonhar eu posso com certeza.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Festival de música na Chuanga!



No próximo fim de semana, na praia da Chuanga, vamos ter este e muitos outros artistas.
Quem gosta de música não pode perder!

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Resultados provisórios!


Notícia publicada hoje no Jornal de Notícias:
«Nas presidenciais, Filipe Jacinto Nyusi conquistou a simpatia do eleitorado da província mais extensa do país, ao amealhar 120.818 votos, contra os 111.114 de Afonso Dhlakama, o segundo mais votado. Por sua vez, Daviz Simango não foi para além dos 17.766 votos.
Em relação aos três principais partidos políticos que concorreram às eleições de 15 de Outubro, a Frelimo posicionou-se no primeiro lugar com 113.496 votos, 91.743 para a Renamo e 18.105 votos para o Movimento Democrático de Moçambique (MDM).
Finalmente, na eleição relativa à assembleia provincial, a Frelimo reuniu 116.829 votos, a Renamo 100.152, e, por último, o MDM com 22.774 votos.
No Niassa inscreveram-se 615.258 eleitores para estas eleições, que registaram uma abstenção de 56,2 por cento.»
Isto não são ainda números oficiais, mas acredito que o resultado final não andará muito longe disto. Estavam enganadas as bocas que começaram a espalhar a notícia de que a Renamo tinha ganho as eleições na Província do Niassa e, em particular, em Metangula.
De qualquer modo, o mais importante é que o edil eleito para governar Metangula seja honesto, trabalhador e capaz de lutar pela melhoria das condições de vida daqueles que representa. O resto não passa de política que não enche a barriga de ninguém.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

O outro hemisfério!


Viver no hemisfério norte e manter um blog que trata de assuntos que se passam no hemisfério sul pode criar algumas incongruências ou levantar dúvidas na cabeça de quem por aqui passa e lê com alguma atenção aquilo que escrevo.
Digo isto porque me preparava para escrever que fiz alguns ajustamentos no blog, procurando dar-lhe um aspecto mais de acordo com a estação do ano que atravessamos, o outono, mas poderia ser confrontado com um comentário de alguém vivendo em Moçambique que diria:
- Engano seu, caro amigo, aqui vivemos na primavera!
Se tivesse muitos leitores e comentadores moçambicanos pensaria duas vezes antes de optar por esta mudança, mas infelizmente eles são pouco menos que zero. Agora mesmo fiz um retrocesso de 48 horas verificando quem me tinha visitado e há gente, além de Portugal, da Holanda, do Brasil, do Reino Unido, dos Estados Unidos, do Canadá, da Índia, da Suíça, aparecendo muito lá no fim da lista dois moçambicanos. Acredito que a principal razão é a falta de intenet fixa na maior parte de Moçambique. Quem navega na internet fá-lo através de telemóvel, o que serve para o Facebook e pouco mais. Ler e comentar um blog requer outras condições.
No início tive esperanças de arranjar um colaborador, a residir em Metangula, que me servisse de ajuda publicando notícias e imagens daquela terra, mas hoje já não acredito que isso seja possível. Mesmo assim alterei a mensagem que aparece na coluna da direita, mesmo aqui ao lado, a ver se alguém se acusa.
Cada dia que começa há uma nova esperança, é o meu lema!

sábado, 18 de outubro de 2014

Eleições de 15 de Outubro!


Transcrição de uma notícia encontrada na comunicação social:
«Apesar de ainda escassos, face ao universo eleitoral, dados avançados ontem, quer pelo Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), como pelas organizações interessadas no processo, apontam para a vitória do candidato presidencial da Frelimo, Filipe Nyusi, com cerca de 60 por cento, seguido pelo da Renamo, Afonso Dhlakama, com cerca de 30 por cento, e por último o do MDM, Davis Simango, com oito por cento. Nas legislativas, as projecções preveem o triunfo da Frelimo, com 57 por cento, o equivalente a 142 deputados, seguido pela Renamo, com 30 por cento, correspondente a 75 assentos, e por fim o MDM, com 12 por cento, o que lhe confere 31 mandatos.
Talvez mais do que os resultados, o mais importante ainda é a lição que os moçambicanos deram, primeiro ao afluírem às urnas para manifestarem através do voto as suas preferências quanto aos futuros dirigentes do país e também pelo modo como o fizeram: votação tranquila, ordeira e pacífica.
Não queremos com isto dizer que tudo tenha corrido as mil e uma maravilhas. Temos indicações de os órgãos eleitorais terem que aperfeiçoar um pouco mais os seus mecanismos de funcionamento, pois algumas mesas das assembleias de voto abriram com atrasos, houve trocas de cadernos, alguns membros das mesas não conseguiram as suas credenciais, o que de certo modo originou a ira dos eleitores.»
Tentei encontrar notícias sobre os resultados na Província do Niassa, em geral, e no Distrito do Lago, em particular, mas não tive sorte nenhuma, parece nada ter sido publicado ainda.
Alguns amigos do Facebook disseram-me que em todo o Niassa ganhou a Renamo, em Lichinga a Frelimo e em Metangula a Renamo, mas não sei se estas informações serão muito fiáveis.
O remédio é esperar que os resultados oficiais sejam publicados.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Uma piela de se lhe tirar o chapéu!


É possível que já tenha publicado aqui esta fotografia, mas ninguém se zangará comigo por voltar a fazê-lo. Encontrei-a no Facebook, publicada por um camarada fuzo, e visto retratar um lugar carismático da vila de Metangula quis vê-lo aqui de novo.
O objecto central da fotografia é o bar-restaurante do Neves. Este senhor foi parar a Metangula por ser empregado na firma de construção que levantou os edifícios da Marinha, no ano de 1962. Acabada a construção foi ficando por ali, fez alguns trabalhos para a Marinha, casou-se com a empregada do Comandante Zilhão e percebendo que os militares (que iam chegando às centenas) não tinham onde gastar o dinheiro do Pré, decidiu abrir um negócio para lhes resolver o problema.
Há dias entrei em contacto, via internet, com um cunhado dele que me contou que ele vive ainda em Vila Cabral (Lichinga), de onde partira em 1962 junto com o empreiteiro que foi construir a Base da Marinha. Viveu toda a sua vida no Niassa e não tem coragem de lhe virar as costas.
O bar do Neves faz parte das minhas memórias por lá ter apanhado a maior palhoça da minha vida. Tive como companheiros dessa aventura alguns camaradas que estiveram connosco no convívio do passado dia 14 de Setembro, como o Licínio, o Silveira, o Valter e o Barbosa e lembro-me de outros, como o Adriano que era o cozinheiro da Messe dos oficiais, ou o Belo (Viseu) recentemente falecido em Luanda. Na minha vida já apanhei umas quantas, mas como aquela nunca mais!

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Fotos actuais!

Hoje arranjei duas novas fotos de Metangula que vou deixar aqui para os apreciadores e saudosos daquela terra.

Já olhei para esta imagem de todos os ângulos e sinto alguma
dificuldade em saber onde foi tirada. No entanto, aquela fita de
areia que se vê ao longe parece-me a praia da Chuanga.

Um dos meus amigos do Facebook escreveu que esta linda casa
à borda do lago é a sua casa. E quem sou eu para duvidar?
É uma linda casa sim senhor!

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Antes que entre o Outubro!

Quantas estradas rasgaram ali!
Quando de lá saí, nos fins de 1967, havia apenas uma estrada
que ligava a zona dos geradores ao cais das lanchas. Ainda se
consegue ver do lado de baixo da guarita.

Um comentário do alferes checa do Batalhão 598 (na última mensagem) fez-me vir até aqui e reparar que passou o mês de Julho e Agosto sem uma única mensagem neste blog. E quase que se passava o mês de Setembro também se cá não tivesse vindo parar hoje.
Tenho pena, mas de facto não tenho matéria alguma para publicar aqui. As minhas ligações a Metangula não deram o resultado que eu esperava e nada posso fazer para alterar isso. Aquela malta não tem computadores nem máquinas fotográficas digitais e quem por lá passa também não publica nada que se veja, pelo menos no motor de pesquisa da Google não aparece nada de novo. Os amigos do Facebook também nada publicam além das suas caras, o que não tem o mínimo interesse para o blog. Qualquer dia desisto de vez!

sábado, 7 de junho de 2014

Não era uma bomba, mas ...!


... foi um avião como este que salvou a vida a muita gente durante a Guerra Colonial, assim chamada pelos colonizadores portugueses, ou Guerra de Libertação, como lhe chamavam os guerrilheiros da Frelimo. A pista de aterragem de Metangula, rasgada à força de punho pelo pessoal da CF6, era única existente no Niassa, para além de Vila Cabral e foi portanto ali que começou a ver-se aparecer este pássaro de ferro fazendo a ligação entre a civilização e aquele recanto perdido no fim do mundo. Com as estradas todas minadas e o abastecimento em risco, foi pelo ar e com a ajuda destas "gloriosas máquinas voadoras" que não morremos à fome. Não consigo esquecer-me de termos passado perto de dois meses a comer massa com bacalhau ou peixe do lago a todas as refeições.
Olhando para as verdadeiras maravilhas que hoje existem na aviação custa acreditar que passaram apenas 50 anos!

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Metangula antes da guerra!


Excluindo a parte da península onde existia o Posto Administrativo e a Base da Marinha que não aparece na imagem, isto era Metangula antes de a guerra de libertação ter começado. A povoação de Seli do lado norte e a de Tungo (não sei ao certo, mas acredito que assim se chamava) do lado sul. Umas dúzias de palhotas e umas centenas de pessoas. Na encosta da montanha nem uma única palhota havia. A guerra, a partir de meados de 1965, faria migrar toda a gente que vivia no mato para este espaço e por ali ficaram até hoje. Se bem recordo os números do último recenseamento, a população de Metangula estava muito perto dos 15.000 habitantes.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Metangula by Google Earth!

A Google actualizou as imagens e o que vêem abaixo é a realidade, em 2014. Quem conheceu este lugar nas décadas de 60 e 70 do século passado pode ver a tremenda diferença que se verifica ao nível de arruamentos e habitações. Na altura viveriam em Metangula umas centenas de pessoas, hoje vivem entre 15 e 20 mil.

Base da Marinha e Pista de Aviação (desactivada)

A península de Metangula

Cais de embarque na praia de Seli.
Vê-se nitidamente a estrada alcatroada que vinda
de Maniamba termina no cais de embarque.

Baía de Tungo, cais das lanchas de fiscalização
no tempo da Guerra Colonial

terça-feira, 20 de maio de 2014

Marcando presença!

Apenas uma mensagem por mês é muito pouco, mas é melhor que nada! Desde que o Luís Cuamba rumou à capital fiquei sem correspondente para me enviar notícias e fotos. Vamos andando e vendo, pode ser que aconteça um milagre e apareça outro "amigo" que dê uma ajuda a manter o blog vivo.


Esta foto não foi tirada em Metangula, mas podia ter sido. As mangueiras em flor também lá existem em grande quantidade e o lago é ainda mais bonito. Serve muito bem como um gatilho para disparar os vossos pensamentos e enviá-los para aquele paraíso terreal.

sábado, 26 de abril de 2014

Maravilhas da natureza!

Lago Niassa

Ando meio perdido com tantos blogs, páginas de Facebook e o catano. Julgava que já tinha publicado esta foto aqui e afinal tinha sido no Facebook. É possível que lá seja vista por mais pessoas, mas aqui é que é o sítio certo.
Não sei ao certo que local é este, mas lá que é uma beleza ninguém pode negar. Pensei ser Metangula, mas começo a duvidar, pois conheço cada centímetro daquelas praias e esta não se enquandra em lado nenhum. O barco semi-afundado parece-me a nossa antiga lancha Garota, mas ela está (ou estava) na praia de Seli e isto, se for Metangula, só pode ser aquela praia pequenina a sul da Base da Marinha, atrás do Posto Administrativo.
Que vos parece?

segunda-feira, 24 de março de 2014

Uma visita a Metangula!

Já que fisicamente não é possível, aproveitemos a oportunidade para uma visita virtual. Há dias um dos meus contactos enviou-me as 3 fotografias que vêem abaixo e que foram tiradas há relativamente pouco tempo. São elas o passaporte para essa nossa viagem. 

Nesta primeira imagem uma panorâmica da parte nascente de
Metangula com a península onde se situava a Base da Marinha
em pano de fundo.

Vista geral da península vista de cima
do monte Tchifuli

Pormenor da nova aldeia (suponho que se chama Machenga)
que não existia nos velhos tempos. Em todo este espaço, da
montanha até à água do lago só havia machambas.

Como se pode ver nas fotografias, estas imagens nada tem a ver com a Metangula que nós conhecemos. Havia uma dúzia de palhotas na praia de Seli, outra dúzia na baía de Tungo, junto às oficinas das lanchas, e mais duas ou três atrás do Posto Administrativo. O fogueiro da Base construiu uma casa na encosta, à direita da estrada que seguia para a Messumba (dizia ele que com 5 mulheres precisava de uma casa a condizer) e logo apareceram mais duas ou três palhotas ao redor dessa casa. E não havia mais nada além disto.
Ao ver a quantidade de habitações que agora existem tenho que concluir que todas as populações arrastadas pelos militares para Metangula durante a guerra, nunca mais de lá saíram. Acontece um pouco como aqui em Portugal, onde as pessoas abandonam o interior e vão todas viver para o litoral. É tudo uma questão de sobrevivência.

domingo, 16 de março de 2014

Afinal o caminho para Nkolongué é conhecido!

Em Fevereiro de 2012 publiquei uma mensagem com o título «Alguém conhece o caminho para Nkolongué» e ontem (mais de 2 anos depois) recebi por e.mail o seguinte comentário:

Prezado Senhor Carlos Manuel Silva,
sim, o caminho para Nkolongué conheço bem mesmo. Ali, hoje existe uma estancia turistica (http://www.mbunabay.ch/port/index.php). A picada anda de Chipili até Lussefa. Hoje mesmo tem chapas (são pequenos autocarros; não sei, se se usa esta palavra em Portugal também?) de Metangula até Meluluca. Em Meluluca o governo colonial abriu um outro aldeamento em 1969 (na sequencia alguns pessoas de Metangula foram transferidos para Meluluca), talvez uma picada foi construido neste tempo. Mas acho, que o abastecimento principal de aldeamento de Meluluca foi feito pelos barcos. A "estrada" foi melhorada recentemente na ultima decada várias vezes, começando com a construção duma ponta sobre o rio Luchemanje pela uma empresa sul-africana, que tinha a intenção de realizar um projeto turistico ao sul do rio. 

Melhores cumprimentos, 
Andi


Além do comentário recebi ainda um mapa actual da região que também quero deixar aqui para satisfazer a curiosidade daqueles que, durante a Guerra Colonial, suaram as estopinhas calcorreando as picadas daquela zona.
Não sei quem é o Andi, mas é bom saber que há por esse mundo fora alguém que vai lendo aquilo que escrevo.

segunda-feira, 3 de março de 2014

Pôr do Sol em Metangula!


Coloquei esta foto no Facebook para responder a um «amigo» que não sabia que a estrada de Vila Cabral até Metangula já estava toda alcatroada. O troço de Maniamba a Metangula, pelo Caracol, foi o último a ser terminado, mas já tem uma boa meia dúzia de anos.
Neste momento está muito melhor este troço do que o que liga Lichinga (Vila Cabral) a Cuamba (Nova Freixo).
É pena não haver mais fotos do Niassa, mas a rapaziada nova não tem computadores e com os telemóveis com que acedem à net não conseguem fazer nada de jeito. O remédio é ir esperando que as coisas mudem, o que vai levar anos!

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Rir é o melhor remédio!

Um pouco de humor para aliviar o stress!


Instruções para a prática de sexo na 3ª Idade:

1. Ponha os óculos.
2. Certifique-se de que sua companheira está realmente na cama.
3. Ajuste o despertador para tocar daí a 3 minutos, para o caso de adormecer durante a 'performance'.
4. Acerte a iluminação: apague todas as luzes.
5. Deixe o tlm programado para o número da EMERGÊNCIA MÉDICA.
6. Escreva na mão o nome da pessoa que está na cama, para o caso de não se lembrar.
7.Tenha um analgésico à mão, para o caso de conseguir cumprir a 'performance'.
8. Não faça muito barulho: nem todos os seus vizinhos são surdos como você.
9. Se tudo der certo, telefone para seus amigos para contar as boas novas!
10. Nunca, jamais, pense em repetir a dose, mesmo sob efeito de VIAGRA.
11. Não esqueça de levar dois travesseiros para colocar sob os joelhos, para não forçar a artrose.
12. Se for usar camisinha, avise antes o pirilau 'que não se trata de touca para dormir', senão ele pode se confundir.
13. Não esqueça de tirar a parte de baixo do pijama, mas fique com uma camisolão para não apanhar gripe.
14. Não tome nenhum tipo de laxante nos dias anteriores; nunca se sabe quando se tem um acesso de tosse...
PS: (Estas dicas foram escritas com letras grandes para facilitar a leitura...!

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Ainda por aqui ando!

Este ano ainda não publiquei nada neste blog. Vou aqui deixar umas fotos só para marcar o ponto e provar que isto não está abandonado.

Em primeiro plano a Caserna dos Especiais e Oficinas das Lanchas

Estrada a caminho do Cais das Lanchas

Caserna, Cozinha e Refeitório da guarnição, em 1964

Nuvem de mosquitos vindos do Malawi

domingo, 5 de janeiro de 2014

Já passaram tantos anos!


Quando saí de Metangula, no fim do ano de 1967, não havia nada disto que se vê aqui em primeiro plano. Nota-se aqui a influência da régua e esquadro na maneira como os arruamentos e as construções estão dispostas no terreno. Lembro-me vagamente que havia uma cerca de arame farpado, na estrada que seguia para Maniamba, que era fechada ao anoitecer ao toque de uma sirene montada no alto de um pau com 4 ou 5 metros de altura. Os aldeãos saíam para ir trabalhar nas machambas que ladeavam o lago, em direcção ao sul, e antes do sol de pôr tinham que estar dentro da vedação. Quem se aproximasse da cerca de arame farpado depois de soar a sirene corria o risco de levar uma rajada.
Metangula era uma área militarizada e protegida para onde começaram a confluir as populações fugidas à Frelimo. A ordem era para ficarem dentro do arame farpado de modo a não serem confundidos com os amigos e apoiantes da Frelimo. Em 1965, a população de Metangula andaria por volta das 200 ou 300 pessoas, sem contar com a guarnição da Base da Marinha. Em 1973, quando foi feita esta foto já era da ordem dos milhares.
Nas fotos recentes que tenho visto não encontrei nunca rastos desta povoação assim tão organizadinha. Ou foi comida pelo mato, ou havia aqui muita gente que não pertencia a Metangula e quis regressar às suas terras depois da guerra ter terminado. Também já tentei com o Google Earth, mas não se vêem sinais destes arruamentos. Talvez o capim tenha voltado a crescer depois de terem saído de lá todas as viaturas militares usadas pelos rapazes do nosso Exército para efectuarem as constantes rondas de vigilância.
Talvez, talvez, talvez ,,,, só dúvidas! Quem estiver mais bem informado que eu que comente!