sexta-feira, 27 de julho de 2012

As feras do Niassa!

No norte de Moçambique andei pelo mato, porque a isso fui obrigado, sem pensar muito nas feras que me poderiam atacar. É claro que a minha primeira preocupação eram as minas e armadilhas deixadas pela Frelimo e as balas que a qualquer momento podiam chover de qualquer lado. Das feras sabia pouco e fazia por não pensar muito nisso. O primeiro professor que tive sobre estas matérias foi o 1º Tenente Zilhão que era quem mandava em Metangula quando lá cheguei. Dizia ele para termos medo do leopardo, pois era o único animal feroz que atacava apenas por atacar, só por termos invadido o seu território. Os outros limitavam-se a caçar para comer quando tinham fome e, de forma geral, afastavam-se quando lhes cheirava a homem. Aceitei como boa esta informação e, graças a Deus, nunca se provou que fosse falsa.
Por causa dos rebanhos de gado que havia na zona da Chuanga, não havia noite que não andassem por lá leões. Ouvíamos-los regougar ao longe, mas nunca nos apoquentaram quando andámos por aquelas paragens em operações. Embora andássemos sempre de arma em punho, duvido que conseguíssemos safar-nos sem mossa do ataque de um leão. Como dizia o "professor" Zilhão, eles sentiam-nos e punham-se na alheta. E ainda bem.
De jacarés também havia farturinha. O Tenente Saltão não anda já entre nós para lhe perguntar quantos caçou e esfolou para trazer as peles, mas não foram poucos. Felizmente também esses não nos chateavam muito. Passei muitas horas dentro de água, mergulhei vezes sem conta para apanhar os peixes que matávamos com granadas e nunca vi nenhum por perto. Se calhar, se os tivesse visto não estaria hoje aqui a contar-vos estas coisas.
Hoje esbarrei-me com esta foto na internet e lembrei-me destas coisas. Decidi partilhá-la convosco, especialmente com aqueles que também nadaram como eu nas águas do Lago Niassa.


sexta-feira, 13 de julho de 2012

Recordando a juventude!


Tantas horas passadas de G3 em «Ombro Armas» a fazer guarda ao edifício que se vê à esquerda da imagem! Dentro de poucos meses completar-se-ão 50 anos sobre a primeira vez em que isso aconteceu.
Nesses tempos o embarcadouro do ferry-boat para a Katembe não era neste lugar, mas no porto velho, junto à capitania do Porto. Pode até ser mais funcional, mas acho que fica mal neste lugar.