domingo, 31 de julho de 2011

Macacos e mangueiras!


As mangas verdes e pequeninas, na maior parte das vezes, não prestavam para comer. Nem os macacos as queriam. Apanhavam-nas, davam-lhe uma mordidela e deixavam-nas cair para o chão.


Quando marchávamos pelo mato e era forçoso que se mantivesse o mais absoluto silêncio, lá aparecia um macaco que dava um guincho e punha a família toda a responder-lhe. Era o suficiente para assinalar a nossa presença e lá se esfumava a surpresa com que esperávamos actuar.



Maiores, mais apelativas na cor era prenúncio de que nos saberiam melhor quando lhe metêssemos o dente. E como fome era coisa que não faltava naqueles tempos, não era raro fazermos desta fruta uma refeição. Algumas tinham um gosto forte à resina que fazia com que as arremessássemos pelo ar após a primeira ferradela.


Na encosta da serra ou por cima das árvores, bandos de macacos faziam uma algazarra danada. Uns achavam-lhe piada, outros tinham-lhe medo, mas a mim eram-me indiferentes. De vez em quando e apenas por diversão saía uma rajada da G3 para o meio das copas das árvores e então... era o fim da macacada!


Mangueiras e mais mangueiras de belas sombras ao pé da praia. Mangas para trincar de vez em quando que mais pode um homem pedir a Deus?
Tudo isto só nas margens do mais lindo lago do mundo, o Niassa!

2 comentários:

  1. Macacos, Mangueiras e Mangas,
    E lindas paisagens desconhecidas
    Foi por causa das tangas
    Que nos deixaram algumas feridas?

    Quando o Cobué conheci,
    As mangas estavam maduras
    Nunca mais me esqueci
    Numa noite às escuras
    Num cemitério dormi
    Os mosquitos atacavam
    Não sabia aonde estava
    Quando ao amanhecer
    E os galos cantavam
    Fiquei a saber
    Que as águas do Lago Niassa
    Ali próximo estavam.
    Tinha mangas para comer,
    Sem as ter de comprar
    Como posso eu esquecer
    Aquele maravilhoso lugar.

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  2. Bravo compadre Alentejano
    da praia da bocejana deves de te lembrar
    omemos muita manga no Niassa
    para fome nao passar.
    Um abraço e nao tenhas mais pressa que o caracol,
    Ph.da C.

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