Antigamente era a bandeira portuguesa que oudulava ao vento, agora é a de Moçambique, país livre que correu com os portugueses de lá para fora. Pelo aspecto dos abrigos onde habitam os moçambicanos livres, parece que não ficaram a lucrar grande coisa com a mudança.
Nunca fui a Olivença, mas, nos idos de 1964, caminhei duas noites e um dia para lá chegar. Guiado por alguém que não conhecia o caminho, um grupo de onze ou doze fuzileiros andou por montes e vales, à chuva e à fome e teve que regressar à base sem ter posto os olhos nesta terra perdida do norte do Niassa.
Distante da fronteira do então Tanganika uns míseros 25 Kms, sabe Deus por onde teremos andado nessa viagem. Talvez dentro do território do país vizinho, uma vez que o Rovuma ainda não é fronteira naquele lugar, ou nem se dá por ele. Hoje, isso já não interessa nada e não penso lá voltar, limito-me a recordar as peripécias do tempo em que por lá andei.
Fui duas vezes a Olivença, uma de avião lançar géneros alimentícios para um pelotão da Companhia de Caçadores 612, lá acantonado. Os géneros eram lançados porque a curta pista de terra não tinha espaça para o avião nela poder aterrar! A segunda e última vez que lá fui. Fui integrado numa coluna militar. Dando protecção a um pelotão da Companhia acima mencionada, o qual foi render o pelotão que lá estava. Tendo o mesmo sido deslocado para o Cobué. Decorridos dois ou três dias de lá ter chegado, saiu em busca não sei se do inimigo, pouco depois da meia noite, não muito longe do Cobué, um camarada nosso, pisou uma mina que lhe cortou as duas pernas e lhe tirou a vida!
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