terça-feira, 16 de agosto de 2011

De Meponda ás Melelucas!


Vou aproveitar a oportunidade de o Virgílio ter publicado esta fotografia no seu Blog para fazer o mesmo e acrescentar algumas palavras, tal como fiz no comentário que lá deixei.
Melelucas não é mencionado muitas vezes entre os militares que estiveram no Niassa pela simples razão que era um lugar perdido, numa zona pouco povoada, e sem grande impacto nos acontecimentos ligados à Guerra Colonial. Que o digam os militares da CCAV 2391, «Os Centuriões» que ali foram assentar arraiais e aí viveram longos meses nas suas tendas de campanha.
E entre os fuzileiros era sobejamente conhecida por ser o limite mais a sul onde se desenrolavam habitualmente as suas operações. E que ouviam constantemente cantar no Fado da Despedida que rezava assim:
...e ao Lipoche goodbye
a zona que é mais pachola
adeus ó ondas malucas
que daí ás Melulucas
é sempre a bater cachola!
Quem não se lembra, basta clicar neste endereço - http://blocosac2.blogspot.com/2009/08/cancioneiro-do-niassa.html - e escolher a música que mais lhe agradar ouvir.
Mas voltando à fotografia, aquilo que a imagem representa é a costa do Niassa, a norte de Meponda, exactamente na zona das Melulucas, onde os heróis da Companhia de Cavalaria 2391 viveram as passas do Algarve. E onde eu participei também na mais longa operação levada a cabo pelos fuzileiros naquela zona, nos idos de 1967.
Já lá vão tantos anos! Meu Deus, como o tempo voa!

3 comentários:

  1. Quando lei-o certas coisas como a falar de operaçes e combates,quase nao acredito ou apenas andei por locais turisticos.
    No domingo ao ouvir falar africanos (francophones) dizia um para o outro: Portugal fez uma guerra contra inimigos desarmados!
    Eu pensei para com meus botoes: nao é mentira,canhangulos e catanas sao armas de merda e ainda hoje estou convencido que se os chefes militares tivessem tido colhoes nao tinha-mos tido tantas baixas e tudo se teria passado de maneira diferente.
    Paulo Portas,paga-me os oito anos e pouco da juventude que perdi e das séquelas que guardei.
    Ph.da C.

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  2. Contra Inimigos desarmados U TANAS!... Os nossos mortos não morreram de fome!... O único país que que não teve mesmo de erguer uma catana para o invasor foi o Brazil... O que, diga-se de passagem, nunca nos perdoaram!
    Valdemar Alves

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  3. Conheço como as minhas mãos essa LINDA Meponda,jamais esquecerei o rebentamento de 2
    minas anti carro nas Mercedes da Marinha,quando preparava 1 coluna para Vila Cabral
    onde o meu amigo ficou sómente ferido num dedo.
    Foi o meu batismo minante,contudo sobrevivi,graças ao soldado CARVALHO,descobriu ou-
    tra,quando fazíamos o trajeto,para a água no Bandece.
    Obrigado por tudo CARVALHO,devo-te a vida.
    JOÃO CARVALHEDE

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