segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Uma piela de se lhe tirar o chapéu!


É possível que já tenha publicado aqui esta fotografia, mas ninguém se zangará comigo por voltar a fazê-lo. Encontrei-a no Facebook, publicada por um camarada fuzo, e visto retratar um lugar carismático da vila de Metangula quis vê-lo aqui de novo.
O objecto central da fotografia é o bar-restaurante do Neves. Este senhor foi parar a Metangula por ser empregado na firma de construção que levantou os edifícios da Marinha, no ano de 1962. Acabada a construção foi ficando por ali, fez alguns trabalhos para a Marinha, casou-se com a empregada do Comandante Zilhão e percebendo que os militares (que iam chegando às centenas) não tinham onde gastar o dinheiro do Pré, decidiu abrir um negócio para lhes resolver o problema.
Há dias entrei em contacto, via internet, com um cunhado dele que me contou que ele vive ainda em Vila Cabral (Lichinga), de onde partira em 1962 junto com o empreiteiro que foi construir a Base da Marinha. Viveu toda a sua vida no Niassa e não tem coragem de lhe virar as costas.
O bar do Neves faz parte das minhas memórias por lá ter apanhado a maior palhoça da minha vida. Tive como companheiros dessa aventura alguns camaradas que estiveram connosco no convívio do passado dia 14 de Setembro, como o Licínio, o Silveira, o Valter e o Barbosa e lembro-me de outros, como o Adriano que era o cozinheiro da Messe dos oficiais, ou o Belo (Viseu) recentemente falecido em Luanda. Na minha vida já apanhei umas quantas, mas como aquela nunca mais!

3 comentários:

  1. Essa imagem está mesmo muito bacana,
    estive mais de seis meses em Metangula
    não me lembro de lá ter visto essa cabana.
    se calhar foi antes ou depois dessa altura.

    Bem te lembras da piela,
    que tão grande lá apanhaste
    foste para a cama com ela
    toda a noite dela malhaste?

    Tenho uma vaga ideia,
    de ouvir no Neves falar
    com a barriga menos de meia
    me deitava na cama sem jantar!

    Lá longe à beira do Lago,
    e não à beira do mar
    a sonhar, dormia acordado
    sem saber se iria voltar!

    Ao lugar de onde parti,
    lá mais havia incerteza
    um sorriso que nunca vi
    no olhar tanta tristeza.

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  2. Quando lá estiveste havia a Cantina do Henriques e era um pau!
    O Bar do Neves foi construido mais tarde, talvez em 66 ou 67.

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  3. Local deveras conhecido mas não sabia da história... Tive igualmente grandes pielas "in loco" e há pelo menos duas que me lembro bem: uma parti o vidro da padaria que ficava ao lado e tive que o pagar e a outra... fui mesmo parar à enfermaria de reboque!

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