domingo, 21 de agosto de 2011

Ponto final!


Mudei de endereço
Não haverá mais publicações neste blog
Os meus seguidores podem (e devem) encontrar-me em:

sábado, 20 de agosto de 2011

Há quarenta anos atrás!

Antigamente havia o grupo dos «Pen-Palls» cujos membros se correspondiam uns com os outros para transmitir notícias, trocar experiências ou apenas porque lhes faltava a capacidade para encontrar amigos no círculo das suas relações. E isso era no tempo em que era preciso usar papel e esferográfica, lamber o selo e ir até ao marco do correio para que a carta iniciasse o longo caminho até ao seu destino, muitas vezes num continente distante.
Hoje em dia, nada disso é preciso. As ferramentas que temos à nossa disposição põem-nos em contacto com qualquer pessoa em qualquer canto este planeta e em tempo real. Foi isso que me levou a tentar criar uma rede de amigos que vivam nas imediações do Lago Niassa para me servir de correspondentes e nos irem dando notícias do que se passa por aquelas paragens.
O Facebook é um dos meios que nos permite fazer isso com a maior das facilidades, mas é preciso que do outro lado haja alguém que tenha tempo e disposição para corresponder àquilo que pretendemos deles. De Metangula consegui apenas o contacto de uma pessoa de quem recebi um único mail dizendo-se muito ocupado e que me contactaria logo que as suas ocupações lho permitissem. Até hoje, nada.
Alguns dos outros contactos que consegui são de jovens do Lago que moram, estudam ou trabalham nas grandes cidades, como Nampula, Beira ou Maputo e até eles próprios têm saudades da sua terra, mas nenhuma possibilidade de lá voltar. Estamos a falar de um país onde as distâncias se medem em centenas de quilómetros e os meios à disposição são pouco menos que inexistentes.
Assim sendo vamos recorrendo ao espólio fotográfico de quem por lá consumiu a juventude nos tempos da outra senhora, para ilustrar as páginas deste blog. E aqui vos deixo com uma foto dos álbuns do Valdemar Marinheiro tirada em Metangula nos finais da década de 60 do século passado.


terça-feira, 16 de agosto de 2011

De Meponda ás Melelucas!


Vou aproveitar a oportunidade de o Virgílio ter publicado esta fotografia no seu Blog para fazer o mesmo e acrescentar algumas palavras, tal como fiz no comentário que lá deixei.
Melelucas não é mencionado muitas vezes entre os militares que estiveram no Niassa pela simples razão que era um lugar perdido, numa zona pouco povoada, e sem grande impacto nos acontecimentos ligados à Guerra Colonial. Que o digam os militares da CCAV 2391, «Os Centuriões» que ali foram assentar arraiais e aí viveram longos meses nas suas tendas de campanha.
E entre os fuzileiros era sobejamente conhecida por ser o limite mais a sul onde se desenrolavam habitualmente as suas operações. E que ouviam constantemente cantar no Fado da Despedida que rezava assim:
...e ao Lipoche goodbye
a zona que é mais pachola
adeus ó ondas malucas
que daí ás Melulucas
é sempre a bater cachola!
Quem não se lembra, basta clicar neste endereço - http://blocosac2.blogspot.com/2009/08/cancioneiro-do-niassa.html - e escolher a música que mais lhe agradar ouvir.
Mas voltando à fotografia, aquilo que a imagem representa é a costa do Niassa, a norte de Meponda, exactamente na zona das Melulucas, onde os heróis da Companhia de Cavalaria 2391 viveram as passas do Algarve. E onde eu participei também na mais longa operação levada a cabo pelos fuzileiros naquela zona, nos idos de 1967.
Já lá vão tantos anos! Meu Deus, como o tempo voa!

sábado, 13 de agosto de 2011

Comando da Defesa Marítima!


O Comando Naval do Niassa foi um dos pontos mais marcantes na Guerra do Ultramar, em Moçambique. Quem passou por lá sabe ao que me refiro.
A foto do Edifício do Comando e da Torre do Farol, que podem ver acima, é talvez a melhor que já vi na internet e que aproveito para reproduzir aqui para os leitores deste Blog. E acredito que ela reproduz o melhor e mais moderno edifício que existe em todo o distrito do Lago (mesmo ao fim de 50 anos após a sua construção).
O intuito do presente Blog é mais dar notícias do presente que falar do passado, mas quero crer que quem tomou conta das instalações da Marinha as mantêm como as herdaram, sendo esta, por conseguinte, uma imagem actual. E, por outro lado, não tenho tido muita sorte com as minhas ligações aos amigos de Metangula. Eles fogem em direcção ao Maputo, Nampula, Beira ou Quelimane para poder singrar na vida e não mantêm ligações com as gentes do Lago. Mas isto é uma missão de longo alcance e tenho que ter paciência e esperar que dê frutos.
Por enquanto vamos vivendo com aquilo que temos!

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Com o que sonha o porco?

Quando o cheiro de um bom cozinhado atinge as nossas narinas, o que acontece?
Sentimos água na boca, não é verdade?
E se virmos uma imagem de um lugar que nos deixou boas lembranças na nossa memória, um lugar onde gostaríamos de regressar?
O coração acelera os seus batimentos e até as lágrimas nos vêm aos olhos!

Metangula - Praia da baía

sábado, 6 de agosto de 2011

Uma à Virgílio!

Para manter o físico em ordem, nada como uma boa caminhada logo pela manhã. Sair de casa antes que o sol comece a aquecer, meter a direito pela floresta adentro e gozar a liberdade e o ar puro que Deus nos deu a todos sem termos que pagar imposto para o respirar.


Apreciar todas as maravilhas da natureza (e muitas são elas) e encher os olhos com tudo aquilo que há de belo à superfície da Terra, particularmente nas margens do mais lindo lago pelo qual o meu amigo Valdemar se apaixonou.


E ao regressar à borda de água espraiar os olhos pelo horizonte, por sobre a superfície líquida que parece não ter fim, e apreciar aquelas vistas que dão ânimo a um morto para se levantar e continuar a caminhar.


São raros ainda, mas existem já alguns pequenos refúgios turísticos onde um habitante do mundo civilizado que não sinta absoluta afinidade com a natureza pode desfrutar de algumas modernidades para se sentir em casa. Com excepção das melgas eu preferiria a natureza e dispensaria tais lugares. Mas deixemos-nos de cogitações e sigamos em frente.


Um pequeno troço do trajecto feito de piroga dá-nos a oportunidade de dar um mergulho prolongado e tirar do corpo o suor e a poeira acumulados durante o passeio e regressar assim a casa prontos para continuar o dia sem ter que perder tempo passando pelas instalações sanitárias do «Resort».


E ao regressar a casa avistar ainda as ruínas da Igreja dos Santos Anjos que alguém, um dia, se lembrará de reconstruir, o que dará alegria a muito boa gente.


E passar ainda pelo local onde a população se reúne para assistir ás lições do mestre-escola, prelecções políticas ou ainda gozar de uma hora de convívio e lazer à sombra amiga de uma árvore de frondosa copa.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Ninguém liga, mas eu esforço-me...!

Muita gente que passou por Metangula não lhe ficou com saudades. Estavam mortinhos por lhe cantar o fado da "Despedida" e virar-lhe as costas para sempre. Outros houve, como o Valdemar, eu e alguns outros que se apaixonaram pelo lugar e nunca mais conseguiram esquecê-lo. Se nunca mais lá voltaram foi apenas porque as vicissitudes da vida lho não permitiram. Mas se uma oportunidade tivessem, se uma porta se abrisse, era vê-los correr, mesmo velhos e decrépitos, ao encontro da bela nunca esquecida «Ninfa do Niassa».
Neste blog que pretende ser uma ode àquela bela terra moçambicana, eu vou tentando descrever o lugar e juntando-lhe algumas fotografias para tentar cativar a atenção de quem por lá nunca passou mas é apreciador das belezas que Deus criou à face da Terra para nos dar prazer.


Ontem falei de macacos e de mangueiras e hoje vou voltar ás mangueiras e falar também de outra árvore típica daqueles lugares que muita gente admira pelo tamanho que consegue atingir, em especial pelo diâmetro do tronco na sua base, o embondeiro. Poucos saberão, no entanto, que são comestíveis os frutos desta árvore e é coisa importante de saber, pois pode salvar a vida a algum esfomeado que não tenha outra coisa em que meter o dente.
Aprendam que eu não duro para sempre!