Vila Cabral / Lichinga, ontem ou hoje, terra vermelha e matope, vento e poeira que entra pelos olhos e se cola ao corpo de quem por lá anda. E, claro, a chuva também atrapalha.
Esta semana choveu e fez frio como há muito não sentiam as gentes do planalto niassense. Esteve o termómetro perto do zero absoluto e já se faziam piadas sobre quem aguentaria melhor aquele clima, se os europeus ou os africanos. Foi preciso ir ao fundo do baú e mostrar a luz do dia aos abafos mais quentinhos que cada um tinha guardados (se calhar poucos).
Crianças de uma aldeia que fica a meio-caminho entre Lichinga e Maniamba. Esfarrapados mas bem dispostos. Para quem não tem nada, tudo é uma festa, até a passagem de um missionário branco. Não têm cara de fome e parecem felizes. É um bom sinal.
Nas proximidades do lugar onde moram, andam várias empresas a fazer prospecção de petróleo. Se forem bem sucedidos nos seus intentos, será que a vida para estas crianças vai melhorar ou virar num inferno? Desenvolvimento trará com certeza, mas isso não é sinónimo de felicidade.
Youé! Youé!
ResponderEliminarChamam os guerreiros da Berliet
Mas os miúdos do Niassa
Alegres e cheios de raça
Andam sempre a pé!
Valdemar Alves
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarAs crianças inocentes,
ResponderEliminarNiassenses ou não
Mesmo com poucas sementes
Vão fazendo algum pão
Só pensam em brincar
Com a miséria são felizes
Vão vivendo a mendigar
São pequenas aprendizes
Na idade adulta secalhar
Vão esquecer suas raizes
Na politica, com promessas, para outros enganar.
Estou admirado. Quando por lá passei não me lembro de em tempo algum, ter sentido frio. Enfim, tudo muda?
As crianças inocentes,
ResponderEliminarNiassenses ou não
Mesmo com poucas sementes
Vão fazendo algum pão
Só pensam em brincar
Com a miséria são felizes
Vão vivendo a mendigar
São pequenas aprendizes
Na idade adulta secalhar
Vão esquecer suas raizes
Na politica, com promessas, para outros enganar.
Estou admirado. Quando por lá passei não me lembro de em tempo algum, ter sentido frio. Enfim, tudo muda?