Até agora «chambo» era apenas nome de peixe. Um peixe muito comum no Lago Niassa e que eu também tive a sorte (ou azar) de comer quando lá estive em 1967. Como não tínhamos ao nosso dispor redes ou outras artes para os pescar, atirávamos-lhe com uma granada e era só recolhê-los para dentro do bote.
Peixe de água doce não tem grande paladar, a menos que o cozinheiro seja um barra e se esforce por agradar àqueles para quem cozinha. Não era o caso na CF8, pois o mestre cuca que nos tinha calhado em sorte, já não me recordo do seu nome, só era barra a entornar o garrafão do tintol que ia buscar ao paiol para os temperos. Mas quando a fome aperta... não se pode ser esquisito, marchou o chambo e marchava qualquer coisa que pusessem à nossa frente.
Chambo agora também é nome de barco e, por sinal, um bem importante, porque além de ter sido construído em Peniche e viajado de comboio até ao Lago Niassa, é o primeiro navio digno desse nome a navegar por conta dos moçambicanos. O único navio que andava por aquelas paragens, refiro-me à costa moçambicana do Lago, era o velho Ilala do Malawi, mas parece que vai ser retirado de serviço. Ou pelo menos vai deixar de passar pelo Cobué e Metangula.
Agora só falta construir uma ponte-cais onde ele possa acostar. Vou ficar de atalaia para ver se essa notícia aparece no Jornal Faísca que é o meu fornecedor de informação, de momento. Ainda não percebi porque não utilizam a velha ponte-cais onde atracavam as nossas lanchas de fiscalização, na baía de Tungo. Se é por ser pequena demais, aumentava-se um pouco e ficaria a obra mais barata. Enfim, eles é que sabem!
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