Julguei que só cão é que ladrava!
Quando cheguei a Metangula e ouvi os macacos ladrar fiquei de olhos arregalados. Depois tive uma breve lição de zoologia e fiquei a saber que há um animal com cara de macaco e que ladra como um cão, o macaco-cão. E sabendo isso já não me pareceu tão estranho assim ouvi-los ladrar.
Na estrada que partia de Metangula para Vila Cabral, via Nova Coimbra, havia sempre grandes bandos de macacos dessa espécie. Empoleiravam-se nas árvores e comiam mangas... à falta de melhor. De noite assaltavam as capoeiras, na povoação, e roubavam as galinhas ao povo para encher a pança.
Esta foto foi tirada na estrada Meponda - Lichinga por um dos membros de uma equipa de «médicos sem fronteiras» que andou por lá ajudando no controlo da sida.
E não é só lá que os há!
ResponderEliminarEm Portugal, lá para os lados do parque de Monsanto, há muitos e mais perigosos, porque não roubam só galinhas!
Ó António Querido, tem paciência mas tenho de te corrigir!... Macacos ladrões não há só no parque de Monsanto... Há-os por tudo quanto é sitio por esse País fora. Lá, é o zoo - ou se quisermos a selva - onde se junta uma pequena parte deles.
ResponderEliminarMas voltando aos "macacos-cães do Tintinaine", de Moçambique, vou contar dois episódios, um passado comigo outro não sei se foi passado comigo se não... Eu já troco esta baralhada por miúdos: - O primeiro, estava eu na CF8, teve como palco uma serra lá para as bandas de Boane, já peóximo da Namaacha. O meu pelotão fora escalado para ir àquela zona fazer uma operação de reconhecimento durante três dias. Fomos largados algures na margem esquerda do rio Umbelúzi e o resto nós que nos desenrascássemos. Andámos, andámos e às tantas estávamos dentro dum pomar imenso. Não se via ninguém por ali... escusado será dizer que durante uns minutos passámos a ser "os donos" daquilo tudo... e tudo que era saco, mochila ou poncho, foi atafulhado de fruta. Andámos horas e horas com aquilo às costas, desce vales, sobe encostas (claro que íamos aliviando a carga pelo caminho), até que chegámos já quase noite ao cume da serra para pernoitar. Preparado o acampamento e "desensacadas" as rações de combate para a janta - que com tanta fruta ali estendida à nossa disposição já não era assim tão mau - começámos a ser visitados por um batalhão de macacos-cães, que sem vergonha nem medo (e se os ameaçávamos tornavam-se agressivos)encetaram um roubo desenfreado que até ponchos com laranjas nos levaram!
O segundo foi em Vila Cabral já na CF10. Havia naquela cidade uma casa que preparava um "coelho à caçador" simplesmente maravlhoso. Era um bocado carote (cem paus na altura) mas era de encher a mula. Uma dose dava para dois alarves... comi lá duas ou três vezes e gostei sempre. Até que, um dia, "rebenta uma bomba" por todo o distrito do Niassa: a casa fechou e o dono foi preso por andar a servir macaco-cão (que havia por ali às toneladas), a que toda a gente chamava coelho! Também Comi? Se calhar...