Fui ao Cobué muitas vezes, mas nunca lá residi, como alguns dos meus camaradas da CF8. Fui lá em 1964, a bordo da Lancha Castor, comandada pelo 1º Tenente Zilhão, em serviço de rotina (patrulha). Voltei lá em 1965, antes e depois da operação em que aconteceu o meu baptismo de fogo e tivemos a primeira baixa, no distrito do Niassa, entre as nossas tropas. Foi no Cobué que depositamos o corpo do falecido, antes de continuarmos com a nossa operação. E mais tarde, em 1966 e 1967, por diversas vezes, uma delas ao leme da Garota, navegação que ia acabando em desastre, mas isso é outra história.
Na imagem acima que retirei do Google-Earth diz que a imagem data de 2016. Nota-se que a Igreja que tinha sido queimada, durante a guerra civil, já foi reconstruída e que boa parte dos telhados do Colégio de S. Miguel já vieram abaixo. Com a falta de manutenção que por lá vai, não é de admirar.
O lugar onde tínhamos o cais de acostagem das lanchas, mais a norte do lugar onde está o marcador amarelo, nota-se ainda pelo caminho que de ali subia até ao colégio.
Como eu, muitos fuzileiros que hoje se entretêm com o Facebook, por lá amargaram a sua juventude e, por essa razão, vou partilhar esta publicação nessa rede social. Só para ver quem se acusa! Muito se falou na passagem do DFE5 pelo Cobué, nos anos quentes de 1965 e 1966, e gostaria de saber se há testemunhos vivos desses tempos.