As mangas verdes e pequeninas, na maior parte das vezes, não prestavam para comer. Nem os macacos as queriam. Apanhavam-nas, davam-lhe uma mordidela e deixavam-nas cair para o chão.
Quando marchávamos pelo mato e era forçoso que se mantivesse o mais absoluto silêncio, lá aparecia um macaco que dava um guincho e punha a família toda a responder-lhe. Era o suficiente para assinalar a nossa presença e lá se esfumava a surpresa com que esperávamos actuar.
Maiores, mais apelativas na cor era prenúncio de que nos saberiam melhor quando lhe metêssemos o dente. E como fome era coisa que não faltava naqueles tempos, não era raro fazermos desta fruta uma refeição. Algumas tinham um gosto forte à resina que fazia com que as arremessássemos pelo ar após a primeira ferradela.
Na encosta da serra ou por cima das árvores, bandos de macacos faziam uma algazarra danada. Uns achavam-lhe piada, outros tinham-lhe medo, mas a mim eram-me indiferentes. De vez em quando e apenas por diversão saía uma rajada da G3 para o meio das copas das árvores e então... era o fim da macacada!
Mangueiras e mais mangueiras de belas sombras ao pé da praia. Mangas para trincar de vez em quando que mais pode um homem pedir a Deus?
Tudo isto só nas margens do mais lindo lago do mundo, o Niassa!